Espaços !
Ao ir alem dos abismos ,
enxergo a minha propria alma
distorcida em mil pedaços,
e descubro que não sendo
um ser único , em outros tantos
milhares me transformo
domina-los, deixa-me a frente
de muralhas intransponiveis,
mas com cem mil caminhos
vastos em amargura a percorrer,
e não percorrendo-os,e conhecendo-os,
pertenço sem pertencer, tornando-me
um ser perdido por me ter.
Pensar, sentir, caminhar,
seguir, alcançar, enfim encontrar algo
que não seja a minha propria alma,
deixa-me,me deixar
e no fluir do estar
e não do ser,
o existir, esgota-se.
Os caminhos de tantos seres desaparecem,
e assim mesmo tudo continua
surgindo e resurgindo,nada pode interromper o
fluxo da vida e, enquanto isso
abismos eternos e infinitos em sua
profundidade consome tudo o que
ainda permanecia de meus eus,
enxaurindo-os,e evaporando-os,
expremendo-me até que o ultimo
pensamento em forma de grito ,saia de mim,
como um eco que se reproduz na imensidão do
nada, pois não há ouvidos para ouvi-los.
E ao deparar-me com o quê impulsionava-me,
um silêncio penetra a alma, congelando-a,
e sem reflexo nenhum,retiro-me para dar ao vazio,
o ESPAÇO da minha alma. Vera( Fabricio- o essenio)